Festival Sarará traz shows de Gil, Duda Beat, Iza, Djonga, Letrux e outros
Evento chega em 2019 à sua 6ª edição e acontece na Esplanada do Mineirão
Antes de ser agraciada, em 2018, com o prêmio de revelação da música popular pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), Duda Beat, 32, obteve outro tipo de reconhecimento que, para além de curtidas e visualizações, a ajudou a conseguir um lugar ao sol no concorrido mercado da música pop.
“A Pabllo Vittar foi a primeira artista grande a notar o meu talento e me dar a mão”, agradece Duda, relembrando o episódio em que a drag queen compartilhou nas redes “Sinto Muito”, álbum de estreia da recifense, e ainda indicou “Bixinho” como a sua canção predileta.
À distância, Duda já idolatrava Pabllo. A admiração recíproca se transformou em parceria e amizade. Neste sábado (31), o público belo-horizontino vai ter a oportunidade de conferir esse encontro de perto. “Dividir o palco com ela em um festival tão importante para BH é uma grande felicidade para o meu coração. Somos amigas, então vai ser fácil, porque a gente já se ama”, derrete-se Duda.
As duas são uma das inúmeras atrações do festival Sarará, que chega à sua sexta edição apostando em nomes consagrados, como Gilberto Gil, Mano Brown e Marina Lima, ao mesmo tempo em que abre espaço para as maiores revelações da nova geração, casos de Iza, Letrux, Baco Exu do Blues, Djonga, Silva e Baiana System. Maíra Baldaia, Nath Rodrigues e o coletivo Lá da Favelinha serão alguns dos responsáveis por representar os artistas locais.
“A música é revolucionária, podemos fazer a diferença através dela. É essencial a gente ter um festival como esse, que prega o amor, a liberdade e a igualdade. Estou nessa corrente para reverberar esses sentimentos”, enaltece Duda. “Coloco experiências pessoais na música, esse tipo de desabafo ajudou não só a mim, como a muitas outras pessoas que se identificam com o que eu falo”, completa.
Dona de hits como “Bolo de Rolo” e “Chapadinha”, ambas com milhões de cliques na internet, a cantora adota o mistério sobre a apresentação com Pabllo. “Eu vou cantar algumas músicas dela, e ela vai cantar algumas minhas. Vamos fazer um mix superanimado, as músicas que escolhemos são ótimas, mas queremos que seja surpresa”, despista.
Essa não é a primeira vez que Duda surpreende os fãs. Em maio, quando subiu ao palco do MECAInhotim, ela quebrou as expectativas ao interpretar clássicos da Jovem Guarda como “Festa de Arromba” e “Vem Quente que Eu Estou Fervendo”, além da inesquecível “É Preciso Saber Viver”, ao lado de Erasmo Carlos. “Foi uma honra para mim porque o Erasmo é um cara foda e um puta compositor, que respeitou demais toda a banda e a minha voz”, exalta a artista.
Uma novidade que tem toda a pinta de ter sido incluída no show é a versão da pernambucana para “Deixa Eu Te Amar”. Sucesso do compositor Agepê, a regravação foi feita sob encomenda para a trilha da novela “Bom Sucesso”, da Globo. “Essa música é um hino e lembra a minha infância porque a minha avó ouvia muito, e alguém lá em casa sempre a puxava no violão”, recorda Duda.
Sob a batuta dela, o pagodão romântico foi revestido com uma sonoridade propositalmente pop e brega. “Sempre que puder, eu vou colocar algo da minha terra, que é muito rica musicalmente. A faixa ficou muito animada e alto-astral”, garante.
Talismã. Do YouTube ao topo das paradas de sucesso. No filme sobre a vida da cantora Iza, 28, essa poderia ser uma sinopse. Agora, ela está de volta às origens. “É um som que mistura pop e R&B, que é uma sonoridade que eu sempre quis fazer porque me lembra a época em que eu comecei a cantar no YouTube”, declara Iza. A explicação é sobre “ Meu Talismã”, o mais recente lançamento da intérprete, que ganhou um videoclipe bombado nas plataformas digitais, que já supera 3 milhões de visualizações.
A canção deverá ser parte do espetáculo que Iza realiza no Sarará, como convidada da Lagum, banda oriunda de Brumadinho. “As músicas vamos deixar como surpresa, mas o que nos guiou foi a nossa amizade”, disfarça. Atualmente, Iza pode ser vista no ar como jurada do “The Voice Brasil”, na Globo. “Tudo tem sido muito emocionante, a fase de batalhas agora está muito especial. Estar envolvida em um projeto com tantos artistas talentosos, aprendendo e ouvindo novos timbres, novos vibratos, é um grande aprendizado. Eu adoro isso”, conta.
A experiência no programa de TV ocorreu paralelamente à estreia no cinema. Iza dublou a leoa Nala na refilmagem de “O Rei Leão” (2019). “Foi o primeiro filme que eu vi no cinema, quando tinha uns 8 anos. Eu acho muito especial como ele ressalta o valor da música africana e fala sobre os obstáculos da vida, aceitar desafios e ser responsável pelos seus atos. É uma mensagem linda”, elogia.
Climão. As coincidências rondam a história de Letrux, 37, com Marina Lima. “Conheci a Marina no Hotel Marina”, diverte-se Letrux, ao relembrar o primeiro encontro, em 2008, no bairro Leblon, no Rio de Janeiro. A união musical se concretizou com “Puro Disfarce”, faixa de “Em Noite de Climão” (2017), que servirá de base para o show da dupla no Sarará. “Marina é minha madrinha musical. Amo como funciona a cabeça dela”, afirma Letrux.
Preparando videoclipes para todas as canções de seu disco mais recente, a compositora promete gravar o sucessor de “Em Noite de Climão” em novembro e lançar, em breve, o single “Ouro Puro”, gravada por Elba Ramalho em 1989.
Serviço. Festival Sarará, neste sábado (31), das 12h à 1h, na Esplanada do Mineirão. Ingressos de R$ 80 (meia) a R$ 260 (open bar)