'Tentando entrar nos eixos', diz irmã de Rafael Miguel sobre morte do irmão

Ator de 'Chiquititas' foi assassinado em junho, junto com seus pais, e principal suspeito ainda está foragido

iG Minas Gerais | Folhapress |

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Camilla Miguel, irmã do ator Rafael Miguel, assassinado em junho, publicou alguns vídeos no Instagram para agradecer o apoio que recebeu pela internet e, também, desabafar sobre as fases de luto por que está passando

Ela também perdeu seus pais, João Alcisio Miguel, de 52 anos, e Miriam Selma Miguel, 50.  Os três foram mortos a tiros quando visitavam a casa da namorada de Miguel, Isabela Tibcherani. 

"Fico muito feliz de ter ajudado as pessoas que se sentiram inspiradas de alguma forma. Isso de ajudar as pessoas veio dos meus pais. Tanto que meu irmão era uma pessoa que queria ajudar todo o mundo".

Camilla diz que não há formas de superar o que aconteceu, mas que tenta encontrar uma forma de recomeçar.

"Tenho tentado trazer uma normalidade aos poucos. A gente vai voltando a viver, a trazer um novo sentido para a vida. Uma normalidade para a nossa nova realidade que, obviamente mudou totalmente, virou de cabeça para baixo. A gente vai tentando entrar nos eixos", afirmou em vídeo.

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dia 9 de julho sempre foi dia de festa em casa. é seu dia, Rafa, e a gente aproveitava o feriado pra comemorar a sua vida e a do pai, com churrasco (com o melhor churrasqueiro) e bolo (da mais mão cheia). por mais que eu queira, do fundo da minha alma, celebrar de alguma forma quem vocês foram, e esse dia que sempre foi especial e cheio de alegria pra gente, ainda dói demais. uma dor tão absurda que chega a ser física. mas mesmo assim, tento trazer um pouco de normalidade pros nossos dias. me permitindo levantar, sorrir, sonhar, e transformar aos poucos as nossas lembranças em memórias boas, porque era quem vocês todos eram. bons e justos. é nisso que tento me apegar. hoje dói porque faz 1 mês desde que nos falamos pela última vez, nosso bom dia diário com sessão de baba pela Mariá. faz um mês dos dias mais escuros que vivi, e que ainda parecem mentira. 1 mês não se compara há uma vida de saudades e superação que vamos viver. . Rafa, nosso canceriano mais canceriano de todos. você tinha um coração tão bom. era doce, respeitoso, sentimental. era meu amigo, com quem dividi toda a minha infância, toda a primeira metade da minha vida fomos nós 2. e o vazio de não ter com quem relembrar tanto que vivemos dentro da nossa casa, no nosso dia-a-dia, é gigante. nossa família era tudo pra você, e nunca deixou de demonstrar isso como sendo seus protegidos, sua prioridade. amava de uma forma genuína que lhe dava coragem. onde muitos teriam desistido, você ficou pra ajudar e acolher. você vivia me dizendo o quanto sentia orgulho de mim, pela maturidade que desenvolvi, pela independência que conquistei, sonhos que realizei, pelo que vinha construindo. mas deixa eu te dizer: orgulho eu sempre tive e tenho de você. de irmãozinho que causava na minha pra irmão parceiro e consciente. pra sempre em mim nossa infância de banho na bacia nas férias, brincar de lavar carrinhos, brincar de correr atrás do bob, fingir que o carrinho de supermercado do makro era um barco e as setas no chão tubarões, quando você caiu da beliche e estourou o joelho e me contou que tava sonhando que era goleiro, quando fiz você ir no show da banda Cine comigo e subir no palco, (continua \/)

Uma publicação compartilhada por Camilla Miguel (Camis) (@cahmiguel) em 9 de Jul, 2019 às 7:32 PDT

O crime

Paulo Cupertino Matias é suspeito de matar a tiros o ator de "Chiquititas" Rafael Henrique Miguel, de 22 anos, e os pais do jovem, Miriam Selma Miguel, 50, e João Alcisio Miguel, 52. Ele está foragido desde os assassinatos , no dia 9. 

Cupertino já havia sido indiciado por furtos, roubos, associação criminosa e até um assalto a banco na década de 1990. De acordo com a SAP (Secretaria de Administração Penitenciária), gestão João Doria (PSDB), ele cumpriu pena por assalto a um carro forte na Penitenciária de São Vicente (a 93 km de SP) entre setembro de 1993 e dezembro de 1994.

O comerciante é acusado de matar o ator com sete tiros de pistola, o pai do jovem com quatro tiros e a mãe, com dois.

A motivação do crime é investigada pela polícia, mas a principal hipótese é a de que Cupertino não aceitava o namoro de Rafael Miguel com sua filha, Isabela Tibcherani. Eles foram mortos no bairro de Pedreira, na zona sul da capital, em frente à casa do comerciante.

Após balear as três vítimas, o acusado teria fugido em um Volkswagen Up! vermelho, que foi encontrado dois dias depois na rua Batista Maciel (zona sul da capital paulista), a cerca de 21 quilômetros de distância do local onde ocorreu o triplo assassinato. Segundo a polícia, o veículo foi clonado.