'Olhos que Condenam', da Netflix, traz as consequências do racismo

Série conta a história verídica de adolescentes negros presos injustamente por estupro; outras atrações como "Seven Seconds" e "The Night Of" também discutem o preconceito na Justiça

iG Minas Gerais | Etienne Jacintho |

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Tem série que você começa a ver e só passa nervoso. Quanto mais você torce para que a situação melhore, mais ela piora e, com o passar das cenas, tudo que você deseja é que tudo termine logo e bem. O sofrimento, no entanto, se prolonga e, se no streaming você pode passar as cenas mais rápido ou pular as partes mais tensas ou violentas, na vida real, nada funciona assim. Então, assistir a “Olhos que Condenam”, nova série da Netflix, é um exercício de controle emocional. Saber que tudo aquilo que está na tela realmente aconteceu é revoltante. 

A história mostra um dos maiores erros cometidos pela Justiça americana, que condenou adolescentes negros à prisão por estupro de uma mulher branca no Central Park, em Nova York, nos anos 80. Sem provas, a polícia e a promotoria usaram artifícios completamente criminosos para que os jovens confessassem algo que não fizeram. Esse tipo de interrogatório nada espontâneo também é questionado em “Making a Murderer”, o documentário que agitou a Netflix.

“Olhos que Condenam” tem o agravante de ser uma série não só sobre erro judicial, mas também sobre preconceito, tema também discutido em séries como “Seven Seconds” (Netflix) e “The Night Of” (HBO Go). 

"Olhos que Condenam"

“Olhos que Condenam” (Netflix) conta, em quatro capítulos, a história de adolescentes negros que são presos aleatoriamente e condenados à prisão pelo estupro de uma mulher branca em Nova York, nos anos 80. Com confissões arrancadas de forma completamente insana e criminosa, os jovens têm suas vidas interrompidas por puro preconceito racial. A série acompanha o sofrimento dos adolescentes e de suas famílias até que fosse provada a inocência deles, muitos anos mais tarde. 

"Seven Seconds"

“Seven Seconds” (Netflix) incomodou muita gente. Com a vencedora do Oscar Regina King como a mãe de um garoto negro morto por atropelamento, a série mexeu em um assunto delicado, porém, necessário. A Justiça é para todos? Para encontrar o culpado pelo homicídio, a mãe compra uma briga com a Justiça, que fecha os olhos para os culpados: policiais que tentam encobrir o crime. Ao seu lado, está uma advogada negra que tem má reputação por ser alcoolatra e namoradeira. Ao abordar os preconceitos de maneira crua, a série foi cancelada, mas tem um desfecho. 

"The Night Of"

“The Night Of” (HBO), tem um início interessante e tenso. A cada passo do protagonista Naz (Riz Ahmed), o espectador prevê a confusão em que ele vai se meter. O garoto de família muçulmana, ao pegar o táxi do pai para ir a uma festa, é apontado como o principal suspeito do assassinato de uma garota. É incrível como todas as provas apontam para ele. E, por mais que ele negue, quem acreditará na palavra de um jovem muçulmano nos EUA? John Turturro interpreta o advogado designado para defender Naz.