Caetano Veloso não vê incentivo à pedofilia em peça e critica censura

Em visita à exposição de Pedro Moraleida, no Palácio das Artes, o cantor e compositor caracterizou tentativa de fechamento de exposições como "um esboço de opressão"

iG Minas Gerais | Bernardo Miranda |

Cidades - Belo Horizonte - Minas Gerais 
Caetano Veloso visita exposição do arte mineiro Pedro Moraleida que acontece no palácio das Artes, com a obra Faca você mesmo sua capela Sistina 

Foto: Uarlen Valerio /  O Tempo 08/10/2017
Uarlen Valério
Cidades - Belo Horizonte - Minas Gerais Caetano Veloso visita exposição do arte mineiro Pedro Moraleida que acontece no palácio das Artes, com a obra Faca você mesmo sua capela Sistina Foto: Uarlen Valerio / O Tempo 08/10/2017

O cantor e compositor Caetano Veloso visitou a exposição de Pedro Moraleida, no Palácio das Artes, que tem sido alvo de protestos de grupos religiosos e políticos. Ele fez um discurso político contra a tentativa de censura a artistas. Caetano faz show hoje no Grande Teatro, junto com o filho Moreno Veloso. Ele afirmou que a sequência de boicotes à exposições surge de políticos conservadores que querem  aproveitar da ignorância para buscar votos. "Alguns políticos e alguns grupos políticos quiseram se aproveitar de forma demagógica pra enganar o povo. O povo fica assustado achando que nessas exposições  têm algum incentivo à pedofilia, mas não há. O que há aqui é arte", afirmou. O compositor baiano ainda afirmou que é de se preocupar que esses políticos estejam ganhando força a ponto de conseguir fechar mostras culturais. "Essa situação me preocupa e deve preocupar a todos. Algumas pessoas podem ser enganadas, pensando que essas pessoas estão querendo defender os bons costumes e a segurança da família, mas na verdade isso é um esboço de opressão. Se as pessoas aderirem a isso, nós temos uma ameaça de chegarmos a uma situação opressiva", disse.Durante a ditadura militar, Caetano foi preso e exilado . A exposição "Faça você mesmo sua Capela Sistina" , de Pedro Moraleida, tem sido alvo de protestos de grupos religiosos e políticos da bancada Cristã. Eles afirmam que a obra desrespeita símbolos religiosos e incentiva a pedofilia. Desde o início da tentativa de boicote, no início da semana passada, a média diária de visitação passou de 150 para 400 pessoas.

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