Paris promete ser uma festa em junho, com o início do verão e o avanço da vacina
Depois do terceiro lockdown, a capital francesa programa novas exposições, abertura de hotéis e a comemoração do bicentenário de Napoleão

O bicentenário de Napoleão Bonaparte ((1821-2021) é apenas um dos eventos que a França comemora em 2021. O país - que ainda contabiliza 34.882 novas infecções pelo coronavírus em média por dia e entrou no terceiro lockdown no dia 3 de abril - se prepara para novas exposições na reabertura de seus museus, a inauguração de novos hotéis e projetos de revitalização da Champs Elysées, uma das avenidas mais sofisticadas e famosas do mundo, e de despoluição do rio Sena, já se antecipando aos Jogos Olímpicos de 2024.
"Paris está em plena renovação", afirma Caroline Putnoki, diretora-geral para a América Latina da Atout France, órgão oficial de turismo da França. A transformação passa, segundo ela, pela vontade de mudar um dos maiores eixos da cidade, a Champs Elysées, e a ambição de transformá-la em um "jardim extraordinário", priorizando a área para pedestres e diminuindo a circulação de veículos. A prefeitura parisiense planeja plantar 160 mil árvores na cidade até 2024 e descontaminar o Sena para permitir atividades como o mergulho. A França é hoje um dos países mais preocupados com o tema sustentabilidade. Em 2015, foi um dos signatários do Acordo de Paris, uma resposta global à ameaça das mudanças climáticas, no combate ao aquecimento global e à garantia da sustentabilidade do planeta. O país também se prepara para a Copa do Mundo de Rúgbi 2023, torneio que definirá novos padrões de responsabilidade social, inclusão e sustentabilidade para os eventos do esporte. Surgido no Reino Unido, em 1823, infelizmente, não é um esporte popular no Brasil. FOTO 2 Artes e cultura As maiores novidades, no entanto, vêm do universo das artes. Espera-se que até o início de maio, pela projeção inicial do presidente Emmanuel Macron, em seu discurso de 31 de março, antes do lockdown, que os segmentos de cultura, esporte, lazer, eventos, cafés e restaurantes voltem à normalidade. Enquanto a reabertura não acontece e a vacinação - atrasada por conta de decisões burocráticas da União Europeia - não avança, a França se prepara para o verão, a alta temporada do turismo europeu, que começa em 21 de junho. A efervescência cultural será uma das marcas da capital francesa no pós-pandemia. As exposições já começaram a pipocar desde fevereiro nos museus e centros culturais da cidade, embora ainda sem a presença de visitantes. A seleção de artistas - Auguste Rodin, Antonio Gaudí, Pablo Picasso e Salvador Dalí - são capazes de causar euforia no colecionador François-Henri Pinault, também homenageado com uma mostra na Bolsa de Comércio, prédio emblemático que se torna a nova referência cultural da cidade. FOTO 3 Dalí e Gaudí / Picasso e Rodin Depois de uma viagem com Gustave Klimt em 2018, Van Gogh em 2019 e ao Mediterrâneo com Monet, Renoir e Chagall em 2020, o L' Atelier des Lumières propõe redescobrir, a partir de 1º de maio, as obras de dois gênios catalães. Aberta até janeiro de 2022,"Dalí e Gaudí: La Double Esposition Immersive" revela a obra do mais pariense dos artistas catalães, Salvador Dalí em "O Enigma Sem Fim", pontuada pela música de álbuns lendários do Pink Floyd, "The Dark Side of the Moon" e "The Wall", e de Antonio Gaudí em "Arquiteto do Imaginário", com criações que vão do Parc Güell à Casa Batlló, da Casa Milà à Sagrada Família. Outra dupla exposição reúne o pintor espanhol Pablo Picasso (1881-1973) e o escultor francês Auguste Rodin (1840-1917) no Museu Nacional Picasso Paris em outubro. A proposta é explorar os laços e conexões entre os dois grandes artistas na mostra "Picasso-Rodin". O espanhol Picasso foi um dos maiores nomes do cubismo, movimento que revolucionou a arte do século XX. Ele ainda era jovem quando descobriu o interesse pela escultura. Já o francês Rodin foi um dos nomes que a escultura no século XIX. Rodin tinha 41 anos quando Picasso nasceu. Em 1900, Picasso desembarca em Paris para ver uma mostra que oferece um vasto panorama de esculturas de Rodin, incluindo a monumental "A Porta do Inferno". Somente seis anos depois eles viriam a se encontrar pessoalmente. Rodin e Picasso eram dois criadores com ambições e influências comparáveis, porém em contextos diferentes - Rodin foi o primeiro a criticar o naturalismo, Picasso viria a romper vários códigos de representação; Rodin se abriu para a arte asiática, Picasso para a ibérica e a africana. FOTO 4 Coleção de Pinault Na La Bourse de Commerce, ou Bolsa do Comércio, antigo prédio da Bolsa de Valores será reaberto ainda nesta primavera com coleção do bilionário francês François-Henri Pinault, que hoje acumula mais de 5.000 peças de arte, entre pinturas, esculturas, instalações, fotografias, vídeos, filmes e outras obras. Para as exposições, foi construída uma estrutura moderna de concreto em formato de cilindro. Localizada próxima ao Museu do Louvre e ao Centro Georges Pompidou, a expectativa é que o local renove a cena cultural da cidade. FOTO 5 Chefs sem estrela No terceiro andar do prédio será instalado o restaurante La Halle Aux Grains, dos chefs Michel Bras e Sébastien Bras - criadores do bolo morno de chocolate derretido, que mais tarde inspirou o petit gâteau, e famosos por terem recusado estrela do guia Michelin ao restaurante le Suquet. Na decoração, as mesas oferecem vistas dos murais dos cinco continentes em ambientes criados pelo arquiteto japonês Tadao Ando. Essência da família Bras, grãos, milho, leguminosas, sementes e cereais de todos os tipos são a base da culinária de pai e filho. FOTO 6 Eiffel Além das artes plásticas, desde o que os irmãos Lumière em 1895 projetaram imagem em movimento na parede do Grand Café, o cinema se tornou paixão nacional. Paris também foi - e é ainda - cenário recorrente de vários filmes que embalaram gerações, de Audrey Hepburn ("Cinderela em Paris", 1957) a Audrey Tautou ("O Fabuloso Destino de Amélie Poulain", 2001) e à animação premiada com o Oscar "Ratatouille" (2007). Por esse motivo, a estreia de "Eiffel" em junho é muito aguardada pelos franceses. Protagonizada por Romain Duris - ele encarnou recentemente o cantor Charles Aznavour -, o filme acompanha o engenheiro Gustave Eiffel na busca de inspiração para produzir uma obra espetacular para a Exposição Universitária de Paris de 1889. A Torre Eiffel, o primeiro dos dez mais fotografados cartões-postais do mundo, fez 132 anos em 31 de março. FOTO 7 Napoleão Mas nada será mais marcante do que a comemoração do bicentenário de morte Napoleão Bonaparte. Os festejos têm causado polêmica e até mal-estar entre os intelectuais. Napoleão morreu no dia 5 de maio de 1821 na ilha de Santa Helena, onde ficou exilado. Ele foi o monarca que estabeleceu as bases para a França contemporânea e também foi responsável pela fuga de dom João VI para o Brasil com a família real. Pouca gente se dá conta, mas o Rio de Janeiro capital de Portugal por 13 anos. Culpa de quem? Napoleão! Duzentos anos após a morte, Napoleão Bonaparte continua a seduzir as novas gerações. Quem quiser se informar um pouco mais sobre a vida do imperador terá essa oportunidade na mostra "Napoléon N' Est Plus" (ou "Napoleão, Não é Mais"), no Museu das Armas, localizado no Hotel National des Inválidos até 19 de setembro. A exposição regressa à vida do monarca durante o seu exílio na ilha de Santa Helena e lança uma nova luz sobre o acontecimento, recorrendo às disciplinas da arqueologia, medicina e química. FOTO 8 Hotel dos Inválidos Para o turista, o Hotel Nacional dos Inválides é um museu obrigatório: guarda os restos mortais de Napoleão, mas tem uma simbologia maior. Em 1674, o rei Luís XV criou o hotel para receber os inválidos de guerra. Soldados que serviram no Exército francês por mais de dez anos podiam se aposentar e, longe do que se poderia pensar, não gastavam seu tempo contando histórias sobre a guerra e jogando cartas, mas sim aproveitando para cultivar e praticar alguns trabalhos de conserto de uniformes ou calçados, entre outras tarefas. No Museu Nacional de La Maison Bonaparte (ou Casa Bonaparte) abre, no dia 18 de maio, a exposição "Em Mármore e Bronze: Memória dos Bonaparte na Córsega". Você pode não ter ouvido falar muito da ilha de Córsega, mas foi em um casarão da capital Ajaccio que nasceu Napoleão. Ele deixou a Córsega ainda criança para se tornar rei da França e um dos homens mais poderosos e influentes de seu tempo. Hoje, a ilha mediterrânea ensolarada vive de suas praias, bosques e de um ilustre morador de cidadania italiana e alma francesa. A italiana ilha de Córsega hoje pratica a "estatuomania" e faz questão de glorificar suas personalidades. Monumentos foram erguidos em Ajaccio, Bastia e Corte para perpetuar a dinastia Bonaparte nos mesmos lugares que viram o surgimento da família. Somente no reinado de Napoleão III, entretanto, uma obra memorial foi montada. Quem patrocinou essas estátuas? Em que condições ocorreram? Com que meios de financiamento? Quais escultores foram usados? A exposição tenta responder a essas e outras perguntas. FOTO 9 Polêmicas Celebrar datas como o bicentenário da morte de Napoleão Bonaparte (1769-1821), os 150 anos da Comuna de Paris (1871) e o sexagésimo aniversário da morte de Louis-Ferdinand Céline (1894-1961) tornaram-se campos minados perigosos no século XXI, precipitando polêmicas e confrontos ideológicos. Revisionistas da história acreditam que é um crime. Principalmente em um ano em que se comemora o nascimento do poeta Charles Baudelaire (1821-1867), dos escritores Gustave Flaubert (1821-1880) e Marcel Proust (1871-1922). O legado histórico de Napoleão Bonaparte divide muito os intelectuais: alguns o consideram um estadista e herói nacional, outros fazem questão de frisar que era sexista, racista e belicista. Mas o argumento que mais pesa negativamente no currículo do monarca foi restauração da escravidão nas colônias em 1802, já abolida pelo país em 1794. O presidente Emmanuel Macron ainda não disse como a morte de Napoleão será comemorada, mas a ministra da Igualdade de Gênero, Elisabeth Moreno, não se demonstra muito favorável. FOTO 10 Impossível ignorar a data Para a guia Aureliana Paula Garreau, não se pode ignorar a data. "Napoleão conseguiu organizar a França depois da bagunça causada pela Revolução Francesa. Ele foi um grande diplomata e estrategista. Deixou grandes monumentos como o Arco do Triunfo e as largas avenidas, criou o código napoleônico, hoje utilizado pela jurisprudência brasileira, e criou o conceito do sistema de água e esgoto de Paris", cita ela alguns dos feitos do monarca. Embora, Aureliana considere que os franceses não se importem muito hoje com Napoleão. "Pena que um homem tão brilhante e estrategista deixou-se ficar cego pela sua imagem", opina a guia. O ego desmedido fez surgir seu lado mais obscuro: "ao colocar a imagem antes dos interesses da França, Napoleão foi longe demais. Ele era um homem prático e zero em empatia, que só queria destruir a Inglaterra", define Aureliana. Entre os pontos negativos enumerados pela guia estão o já citado retorno da escravidão e ausência de humanidade. FOTO 11 Roteiro por Paris Um roteiro de Napoleão em Paris inclui, além do Arco do Triunfo, estão o túmulo no Les Invalides, toda a parte egípcia do Museu do Louvre, criada depois de suas incursões militares ao Egito, a Place Vendôme com sua estátua, o Château de Madeleine e o Museu Légion d'Honneur, ambos criados pelo monarca, e a Catedral de Notre Dame, onde foi coroado imperador da França. Uma dica para conhecer Napoleão além da história é assistir ao grandioso e belíssimo filme "Napoleão", de Abel Gance, filmado em 1927. Hotelaria FOTO 12 Para um país que tem na elegância e na sofisticação suas virtudes mais conhecidas, oferecer hospedagem com conforto é importante. Muitos hotéis que haviam programado abrir em 2020, precisaram adiar a inauguração. Nesse segmento, a grande novidade será a abertura do Airelles Château de Versailles – Le Grand Contrôle dentro do Palácio de Versailles, proporcionando ao hóspede a oportunidade de vivenciar o luxo da corte de Luís XIV, o "Rei Sol". Serão apenas 14 quartos, um spa Valmont e um restaurante do chef Alain Ducasse. FOTO 13 Após a reabertura do Hotel de Crillon em 2017, seu outro irmão gêmeo deve ser inaugurado em breve, o Hotel de la Marine, o belíssimo edifício de fachada neoclássica na praça de la Concorde. Restaurado, o prédio terá um jardim de luzes graças às centenas de LEDs colocados no pavimento, como contraponto contemporâneo às artes decorativas. As boas-novas é que o Hôtel de la Marine terá grande variedade de móveis autênticos, renovados com tecidos do século XVIII, e restaurante do renomado chef Jean-François Piège. FOTO 14 O Cheval Blanc, um edifício art déco no bairro Le Marais, confirma as ambições da LVMH como hoteleiro de alto padrão. O novo hotel vem a se juntar a outras propriedades de luxo do grupo em Courchevel, St. Tropez e Maldivas. Com 72 quartos, todos com vista para pontos turísticos, como a Pont Neuf no rio Sena e a Ile de la Cité, onde está localizada a Catedral de Notre Dame, a diária inicial é de € 1.500 euros por noite. Em dezembro de 2018. LVMH comprou hotéis da rede Belmond no mundo, entre eles o Copacabana Palace, no Rio. FOTO 15 O grupo, que já era proprietária da Bvlgari, com hotéis em Bali, Dubai, Londres, Milão e Shangai, inaugura o primeiro hotel da marca na avenue George V, com 76 quartos, uma piscina de 25 m, bar, restaurante e pátio parisiense. E para coroar os investimentos de € 750 milhões, reabrirá a Samaritaine, loja de departamentos construída em 1870 pela famosa família Cognacq-Jay, que possui um impressionante museu particular no bairro de Le Marais. Tudo com conceito de alto luxo, com área VIP e uma dúzia de restaurantes. FOTO 16 Duas gigantes no mercado hoteleiro abrem hotéis para o público do segmento corporativo. Inaugurando um novo capítulo em sua expansão europeia, a marca butique de luxo do IHG, Kimpton Hotels & Restaurants, abrirá seu primeiro hotel na França, o Kimpton St Honoré Paris, no Boulevard des Capucines, no bairro Ópera de Paris. A Accor anuncia a reabertura em setembro do Pullman Montparnasse, quarto hotel localizado no bairro, após a renovação dos apartamentos. A promoção de reabertura é convidativa: € 750 por noite. FOTO 17 Próximo à plaza de la Nación, o Hotel Paradiso é uma experiência única para os amantes de cinema. Batizado por conta do filme "Cinema Paradiso", do cineasta italiano Giuseppe Tornatore (1988), é o primeiro cinema-hotel do mundo: cada ambiente pode ser transformado em uma sala de cinema privada graças a uma janela que se transformará em uma imensa tela de projeção. Entre os hotéis que abrem as portas fora da área central da cidade estão Saint-James, do grupo Relais & Châteaux, Paris j’Adore, no bairro de Batignolles, Maison Mère, mais voltado à clientela artística, e Soho House, no distrito de Pigalle. Voos para Paris Com 23 voos semanais entre o Brasil e a França, Air France-KLM - que recentemente teve aporte de € 4 bilhões do governo francês - mantém sete frequências diárias entre São Paulo e Paris e outros quatro entre o Rio e a capital francesa. No dia 16 de junho, a companhia retoma os voos para Fortaleza, suspensos em outubro. "O Brasil é um mercado estratégico para a Air France-KLM. Por isso nunca interrompemos as operações desde o início da pandemia", afirma Jean-Marc Pouchol, diretor-geral da companhia para a América do Sul. O executivo enumerou os protocolos necessários para a entrada hoje na França: certificado de saúde para quem foi vacinado ou teste PCR negativo para Covid-19 realizado até 72 horas antes do embarque. Mesmo com o teste, há necessidade de quarentena de sete dias e realização de novo exame após o período. A Air France-KLM fez parcerias com alguns laboratórios e drogarias, entre eles a Droga Raia e Droga Sil. A reportagem tentou contactar as drogarias, mas foi informado que o serviço ainda não está disponível em Minas Gerais. Serviço L'Atelier des Lumières: Exposição "Dalí e Gaudí: La Double Esposition Immersive" - "Dalí. o Enigma Sem Fim" e "Gaudí, o Arquiteto do Imaginário", De 1/5/2021 a 2/1/2022. € 4,50 (adultos), € 13,50, (maiores de 65 anos) e € 11,5 (estudantes). https://www.boursedecommerce.fr/ Museu Nacional Picasso Paris: Exposição "Picasso-Rodin". de 30/10/2020 a 19/4/2021. Ainda sem preço. https://www.museepicassoparis.fr/ Bolsa do Comércio: Coleção Permanente do bilionário François-Henri Pinault. https://www.boursedecommerce.fr Eiffel: Filme de Martin Bourboulon com Romain Duris e Emma Mackey. Estreia em junho em Paris. Museu das Armas: No Hotel National des Inválidos (les Invalides). "Napoleón, N'est Plus". Até 19/9. € 14 (adultos), € 11 (meia-entrada) e gratuito para menores de 18 anos. https://www.musee-armee.fr/accueil.html Museu Nacional de La Maison Bonaparte. Exposição "Em Mármore e Bronze: Memória dos Bonaparte na Córsega". De 18/5 a 11/7/2021. € 7 (adultos) e € 5 (jovens de 18 a 25 anos não residentes na UE) e gratuito para menores 26 anos residentes na UE e pessoas com deficiência e seus acompanhantes). https://musees-nationaux-malmaison.fr/musee-maisonbonaparte Guia em Paris para famílias com crianças: Aureliana Paula Garreau, contato: aureliana@parciparla.com.br ou www.parciparla.com.br Hotelaria: Airelles Château de Versailles – Le Grand Contrôle: https://airelles.com/fr/destination/chateau-de-versailles-hotel Hôtel de la Marine: https://www.hotel-de-la-marine.paris Cheval Blanc: https://www.chevalblanc.com/en/maison/paris Kimpton St Honoré Paris: https://kimptonsthonoreparis.com Pullman Montparnasse: https://all.accor.com/hotel/8189/index.en.shtml?utm_campaign=seo+maps&utm_medium=seo+maps&utm_source=google+Maps Hotel Paradiso: https://www.mk2hotelparadiso.com Saint-James: https://www.saint-james-paris.com Paris j’Adore Hotel & Spa: https://www.hotelparisjadore.com/en Maison Mère: https://www.maisonmere.co Soho House: https://www.sohohouse.com/en-us