"Minha filha amava viver", diz mãe de mulher que morreu ao cair de prédio em BH
Hilma Balsamão morreu no dia 20 de novembro depois de cair da cobertura do namorado, no bairro Castelo, na região da Pampulha; Polícia Militar registou caso como suicídio, mas família não acredita nessa versão

"Ninguém se comoveu, ninguém desceu, ninguém fez nada", lamentou Excelsa Balsamão, ao se lembrar da morte da filha Hilma Balsamão de Moraes, de 38 anos. O fato aconteceu no último dia 20 de novembro, quando administradora de imóveis caiu da cobertura do apartamento do então namorado Gustavo Veloso, no bairro Castelo, na Pampulha. A Polícia Militar registou caso como suicídio.
"Ninguém que estava na festa entrou em contato conosco até hoje. No dia, só fomos saber da morte dela 4 horas após o ocorrido. Depois que já não tinha nada a fazer", declarou.
Excelsa e outros parentes, incluindo a filha, de 16 anos, o ex marido, um dos irmãos e a irmã gêmea de Hilma, foram convocados ao Departamento de Homicídios e Proteção às Pessoas (DHPP) nesta quinta-feira (9), para darem depoimentos sobre o caso que segue em segredo de justiça.
"Minha filha nunca, jamais faria isso (cometeria suicídio). Ela jamais abandonaria a filha no mundo sozinha. Ela já esteve em situações muito piores e sempre deu a volta por cima. Ela era muito batalhadora e nunca dependeu de homem nenhum", afirmou a mãe.
Já a irmã gêmea de Hilma, Michele Balsamão, que mora em São Paulo, veio a Belo Horizonte em busca de esclarecimentos.
"Quero que esse caso seja resolvido o mais rápido possível para que a gente possa seguir a vida. Está muito difícil", afirmou.
Hilma era a quarta de seis irmãos. Morava com a filha e mantinha relacionamento com Gustavo há cerca de sete meses.
"Não o conhecemos pessoalmente. Eu o vi algumas vezes por facetime, quando ela me ligava", disse a irmã. "Até hoje ele não falou com a gente. Ninguém da família dele nos procurou", completou.
Os depoimentos começaram por volta de 9h45 da manhã e vão seguir ao longo da tarde. Segundo os parentes, que chegaram aí DHPP com camisetas com a foto e a frase "o que aconteceu com Hilma? #justiçaporhilma", o foco dos depoimentos será uma tentativa de contrapor a hipótese de auto-extermínio.
No final da manhã, a delegada chefe do DHPP Letícia Gamboge declarou que as investigações seguem em segredo de justiça e que detalhes só serão revelados ao final do inquérito.