Fãs de Sandy & Júnior que vão ao show contam suas histórias com a dupla

Turnê 'Nossa História' chega nesse sábado a BH e promete emocionar a plateia

iG Minas Gerais | Raphael Vidigal |

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Giovanna foi diagnosticada com câncer de mama em 2011. A descoberta aconteceu durante a amamentação de sua filha recém-nascida, Maria. A desconfiança inicial era que se tratava de leite empedrado. Agora com 9 anos, Maria se prepara para assistir, pela primeira vez, a um show de Sandy & Júnior. A turnê “Nossa História”, que já passou por Recife, Salvador, Pernambuco, Fortaleza, Brasília e Rio de Janeiro, chega neste sábado (17) a Belo Horizonte. É o reencontro da dupla depois da separação anunciada em 2007. 

Os irmãos nascidos em Campinas, no interior de São Paulo, eram os grandes ídolos de Giovanna. “Ela era alucinada, eu até brincava com ela falando ‘a Sandy Júnior’, como se fosse uma pessoa só, e aí ela me corrigia, entrando na brincadeira também”, relembra Thiago Carone, 39. Pai de Maria, ele assistiu com Giovanna ao show “Nós, Voz, Eles”, que Sandy realizou em BH em outubro do ano passado. 

Na ocasião, a artista cantou sucessos da carreira solo, mas não deixou passar a oportunidade de revisitar o passado, com hits como “As Quatro Estações” e “Quando Você Passa”, conhecida pelo verso “esse turu, turu, turu aqui dentro”. Já debilitada pela doença, Giovanna curtiu o espetáculo sentada em uma cadeira de rodas. Pouco tempo depois, após oito anos de luta, a mãe de Maria faleceu, aos 36 anos. 

“Quando anunciaram essa nova turnê, as amigas da minha mulher, que sabiam da adoração que ela tinha por Sandy & Júnior, perguntaram se eu queria levar a Maria, e aí conseguimos o ingresso”, conta Carone. Formado em relações públicas, ele considera que esse será um “momento especial compartilhado” com a filha. “A Giovanna gostava de todas as músicas, e a Maria aprendeu a cantar com ela a ‘Vamos Pular’. Outra que cantamos juntos é ‘Maria Chiquinha’, por causa do nome da personagem, que é o mesmo da minha filha”, afirma.

Apesar disso, Carone admite que existe uma diferença geracional. “Não são músicas da época da minha filha, ela às vezes acha um pouco estranho a empolgação das amigas da mãe, mas quando elas falam que o show é legal, acaba se empolgando também”, confidencia. No celular de Maria, o DJ finlandês Marshmello, Anitta e Lucas Lucco costumam dominar as paradas. Nada que o impacto de uma experiência ao vivo não tenha a capacidade de mudar. 

Tatuagem

A devoção de Virgínia Sasdelli, 35, à dupla Sandy & Júnior está, literalmente, gravada na pele. Em 2017, Virgínia pôde ter acesso ao camarim de Sandy, que poucas horas antes subira ao palco do Minascentro. “Não queria só uma foto ou um autógrafo, fiquei pensando que poderia ser a única oportunidade de me encontrar com a Sandy e queria algo diferente”, conta Virgínia.

Dona do blog “BH Dicas”, ela conseguiu realizar o desejo. Sandy escreveu de próprio punho, no braço da blogueira, a palavra ‘turu’, da icônica canção que fala sobre coração, e, no dia seguinte, Virgínia a tatuou. “Ao contrário de outras canções, que têm mais a ver com uma fase infantil ou da adolescência, essa é uma música atemporal. Sempre que vou a barzinhos ou karaokês, peço para cantar ‘Turu Turu’”, revela Virgínia.

O momento mais inesquecível, no entanto, aconteceu no casamento da jornalista, quando seu marido pegou o microfone para cantar a música. O resultado não poderia ser outro. “Nós dois caímos no pranto”, recorda. Embaixadora do bloco “Turu Turu”, que desfilou neste ano no Carnaval de BH ao som de sucessos de Sandy & Júnior, Virgínia confessa que já visitou oito vezes a exposição dedicada à dupla no BH Shopping. “Você só pode ficar dez minutos lá dentro, aí eu saio, dou a volta e entro de novo”, diverte-se. “Emocionada só de pensar” no show de hoje, ela não tem dúvidas de que ele será “uma consagração”. 

Maratona

Saulo Pedrosa, 34, é fã de Sandy & Júnior desde 1999, como ele mesmo conta. A data marca o primeiro contato que ele travou com a dupla ao vivo. Naquele ano, ele tinha 14 anos quando esteve em um show dos intérpretes no Mineirinho. “Não tinha ninguém para me acompanhar, pedi uma tia para me deixar na porta e assisti sozinho”, diz. 

O fascínio foi instantâneo, tanto que Pedrosa vai em 11 dos 16 shows da atual turnê no Brasil. “É uma sensação de nostalgia enorme”, garante. Ele estava na plateia de Fortaleza quando Júnior mudou trecho da clássica “Maria Chiquinha”, por considerá-la machista e ultrapassada. “Ele foi ovacionado”, reporta Pedrosa. Empresário de agência de viagens, ele fundou, em 2001, um fã-clube da dupla, que atualmente conta com 80 sócios. Antes do show de hoje à noite, eles farão um churrasco para “preparar o coração”. 

Serviço

Show de Sandy & Júnior, neste sábado (17), às 20h30, na Esplanada do Mineirão. Ingressos esgotados.