A cada dois minutos um homem faz um tratamento estético

Pacientes buscam bem-estar e desejam se sentir mais jovens e bonitos, diz médico

iG Minas Gerais | Litza Mattos |

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A cada dois minutos, um homem faz um procedimento estético no país. Dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) mostram que eles estão cada vez mais preocupados com a aparência e, ainda, que eles procuram especialmente intervenções no rosto. Dos 12 tratamentos estéticos mais realizados por eles no Brasil, mais da metade é feita na região facial. 

Na última década (entre 2009 e 2019), a quantidade de cirurgias plásticas realizadas em homens quadruplicou, passando de 72 mil para 276 mil ao ano – uma média de 31,5 procedimentos por hora, de acordo com a SBCP. “Isso é reflexo do aumento da expectativa de vida e do desejo de amadurecer sem sofrer com os efeitos do tempo”, diz o cirurgião plástico Juliano Souto Ferreira.

Com atuação em rejuvenescimento e harmonização corporal, o fisioterapeuta dermatofuncional e biomédico Thiago Martins observa que os homens desejam se sentir mais jovens e bonitos, não apenas por vaidade, mas também pela questão do bem-estar e da autoestima. “Em alguns casos, a própria competitividade no mercado de trabalho é fator que impulsiona a busca pela estética. Na minha clínica, meu maior público é o masculino”, diz Martins.

Segundo o fisioterapeuta dermatofuncional, ao contrário do que acontecia há um tempo, quando os homens só buscavam a estética para realizar correções, hoje o interesse pelos tratamentos estéticos se dá principalmente pela prevenção.

O dermatologista Lucas Miranda também observa que tratamentos estéticos e dermatológicos que antes eram realizados apenas pelo público feminino já são feitos também por homens, como botox, preenchimentos, aplicação de ácido hialurônico, procedimentos para a retirada de manchas, espinhas, flacidez, olheiras, tratamentos capilares, entre outros.

O advogado Leonardo Santana, 41, conta que começou com o botox para amenizar as rugas de expressão, mas depois já fez preenchimento com ácido hialurônico e aplicação de enzimas para a queima de gordura. “Acho que agora os homens estão mais vaidosos porque têm mais opções de tratamentos. Antes, também tinha o tabu de o homem não poder se cuidar”, diz.

Miranda diz que não existe uma faixa etária mais comum em que os homens começam a procurar procedimento estético, mas sim procedimentos estéticos que são mais procurados em cada faixa etária. “Na adolescência, por exemplo, a procura é mais para tratar acne ou mesmo orelha de abano. Um pouco mais tarde, dos 20 aos 30 anos, é comum a busca pela correção de ginecomastia (crescimento anormal das mamas). A partir dos 30 anos, surge o interesse pela lipoaspiração ou por implante capilar e aplicação de toxina botulínica. E, a partir dos 60 anos, a ritidoplastia (tratamento cirúrgico das rugas do rosto) é a campeã de pedidos”, afirma.

Medicina ajuda os que acreditam ser “fracos para a dor”

O senso comum costuma acreditar que os homens são fracos para dor, mas, tratando-se de procedimentos estéticos, eles têm sido bem tolerantes, graças também à ajuda da medicina, segundo o dermatologista Lucas Miranda. “A medicina vem evoluindo a passos largos diariamente, e isso faz com que cada vez mais consigamos melhorar a vida dos pacientes de maneira menos invasiva e, consequentemente, realizemos procedimentos indolores ou praticamente sem dor. Ou seja, até mesmo aqueles homens que são mais sensíveis acabam não sentindo praticamente nada”, diz Miranda.

Estudos estão comprovando que os homens são mais resistentes à sensibilidade e se sentem mais à vontade para relatar a dor, segundo o fisioterapeuta dermatofuncional e biomédico Thiago Martins. “Para o critério de percepção, os homens tendem a demonstrar menos quando estão expostos a situações de dor, portanto fazemos tratamentos sem problema nenhum. Além disso, nós fazemos o uso de anestésicos para aliviar a dor quando algum tratamento vai gerar algum desconforto”, conta. (LM)