'Eu sou gay e que eu não tenho vergonha disso', assume Diego Hypólito

Em relato ao site UOL Esporte, ginasta, aos 32 anos, falou pela primeira vez sua sexualidade e contou por que escondeu ser homossexual

iG Minas Gerais | Da Redação |

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Bicampeão de mundial do solo e melhalhista olímpico, o ginasta brasileiro Diego Hypólito assumiu, aos 32 anos, ser homossexual e contou por que escondeu sua sexualidade durante anos. A revelação foi feita pelo atleta no quadro "Minha História", do site UOL Esporte.

"Quero que as pessoas saibam que eu sou gay e que eu não tenho vergonha disso. E não é porque eu sou que outras pessoas vão querer ser. Isso não tem nada a ver. Já vivi muitos anos pensando no julgamento que os outros fariam sobre mim. Hoje só aceito ser julgado por Deus", relatou o ginasta.

Diego Hypólito explicou que escondeu sua orientação sexual por temer que sua carreira fosse prejudicada. "Eu tinha o sonho de conseguir uma medalha olímpica e faria de tudo para chegar lá, até esconder quem eu era. Eu tinha certeza que se um dia eu saísse do armário publicamente, perderia patrocínios e minha carreira seria prejudicada", contou.

"Eu vivi a solidão de não ter ninguém com quem eu pudesse compartilhar os dilemas de ser uma pessoa gay numa sociedade preconceituosa. Por mais que todo mundo tenha a impressão de que tem muito gay na ginástica, não tem. Todo mundo me zoava, zombava do meu jeito", disse o atleta.

Outro obstáculo, segundo o ginasta, esbarra em questões religiosa e familiar. "Fui criado na igreja, tenho uma tatuagem de Jesus crucificado no braço, até hoje frequento cultos da Bola de Neve todas as quintas-feiras. Eu tinha vergonha porque na minha cabeça ser gay era ser um demônio, um ser amaldiçoado que vive em pecado", ressaltou.

"Quando eu tinha uns dez anos, um treinador foi dizer para a minha mãe que ela devia mudar minha educação para que eu não virasse gay. Ela veio falar comigo, preocupada. Eu era muito inocente, nem sabia o que era isso. Mas isso me marcou", acrescentou.

O ginasta disse que está preparado para enfrentar o preconceito depois de revelar publicamente sua sexualidade. "Sei que pode ter gente que vai deixar de gostar de mim depois de conhecer a minha história, sei que no culto posso viver situações de preconceito, sei que vir a público e falar tudo isso pode irritar algumas pessoas. Ninguém é obrigado a entender nada, mas é obrigado a respeitar. Nunca mais vou deixar de viver o que eu sou. Eu sou gay", afirmou.

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