Cresce procura por bronzeado com fita isolante nas lajes de BH
Serviço de personal bronze é oferecido em pontos diferentes da cidade a R$ 100 cada sessão
Não é novidade que a mulherada, para ostentar uma marquinha perfeita de biquíni, tem aderido ao bronzeamento com fita isolante, trocando a praia pela laje. Em Belo Horizonte, por exemplo, o número de adeptas dobrou desde o ano passado. A técnica já caiu no gosto de anônimas e famosas. Nesta semana, a mais nova seguidora do “biquíni bronzeador” foi a cantora Anitta, no lançamento do clipe “Vai, Malandra”.
Na capital mineira, uma das pioneiras da fórmula, Adriana Muniz, afirma que o movimento duplicou em 12 meses. Ela atende na laje de casa, no bairro Céu Azul, região de Venda Nova. “Comecei em 2005 e nunca recebi tanto pedido como agora. Em dezembro do ano passado, a gente atendia cerca de 20 mulheres por dia. Hoje, esse número pode chegar a 40 sessões diárias”, diz. Cada sessão durante entre uma hora e 20 minutos e duas horas e custa em torno de R$ 100.
“Passei a oferecer o serviço no começo deste ano. No início, eram aproximadamente 40 clientes por mês. Hoje, alcançamos cem atendimentos mensalmente”, conta Ellen Souza, sócia de uma laje de bronzeamento natural no bairro Betânia, região Oeste de Belo Horizonte.
Adriana diz que o aumento da procura acontece graças à divulgação “boca a boa” da técnica, nas redes sociais e na mídia. “Muitas clientes nos indicam para amigas, mães, irmãs. Também investimos nas publicações no Facebook e Instagram. E quando uma novela ou artista falam sobre o bronzeamento com fita isolante, é certo que vamos ter mais trabalho”, fala, entre risos, a personal bronze – como é chamado o profissional que oferece o serviço.
Clientela fiel. Para a autônoma Tartiana Barreto, 27, a técnica oferece praticidade. “Quando viajo para a praia, não perco tempo pegando o sol. Aproveito para beber minha caipirinha e curtir o mar”, diz. Tartiana afirma que isso se tornou um vício. “Não consigo ficar mais do que dois meses sem fazer a manutenção”, declara.
Outra adepta da marquinha com fita isolante é a empresária Lilian Campos, 29. “Conheci na internet há cinco anos e não parei mais, porque eu só consigo o bronzeado que gosto dessa forma. Já tentei com biquíni normal e na praia, mas desisti”, argumenta. “É um bronzeamento natural mesmo. Nunca tive nenhum problema”, garante.
Uso de fita pode oferecer riscos à pele
As fitas isolantes podem trazer uma série de problemas para a pele, diz a dermatologista Lívia Rajão.
“As fitas até bloqueiam um pouco a passagem dos raios, mas, por cobrirem uma área menor que a do biquíni, expõem uma pele “virgem” e, assim, mais suscetível a queimaduras e a manchas. Além disso, o calor pode derreter a cola e causar lesões mais graves”, afirma.
A médica ainda alerta que os raios ultravioleta causam envelhecimento cutâneo e podem provocar até câncer de pele se a exposição for prolongada.
Médico orienta como aproveitar bem o solApesar dos cuidados que a exposição aos raios ultravioleta exige, o sol não deve ser visto como um inimigo, orienta o dermatologista Pedro Dantas, coordenador do Departamento de Oncologia Cutânea da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). “O que devemos evitar é uma exposição exagerada, sem nenhum tipo de proteção que possa controlar o acesso dos raios solares à pele”, alerta.
Para o médico, medidas simples como o uso de protetor solar, óculos escuros, chapéus e roupas refrescantes já garantem uma relação saudável entre as pessoas e os raios solares.
Por fim, ele dá outras dicas de como aproveitar, de forma saudável, o período do verão. “Nessa época, é comum irmos para a praia, cachoeira ou piscina. Nesses casos, precisamos conciliar os momentos de exposição com aqueles debaixo de algum lugar com sombra, além de muita hidratação”, sugere.