A estratégia que faz do EI o grupo mais temido do mundo Coalizão intensifica os bombardeios
Livro publicado nos EUA mostra como grupo construiu bases de apoio que o tornam quase invencível
Paris, França. O grupo Estado Islâmico (EI) aprendeu com os erros do passado cometidos pelos movimentos jihadistas e estabeleceu uma base de apoio quase invencível dentro do Iraque e Síria, com apelo espetacular para muitos dos muçulmanos sunitas do mundo, revelou um novo livro.
Os autores de “Isis: Inside the Army of Terror”, publicado neste mês nos Estados Unidos, conversaram com dezenas de combatentes e membros do grupo para compreender seu fascínio e como ele justifica suas táticas brutais. Isis é o acrônimo do Estado Islâmico em inglês. Um dos autores, o jornalista de origem síria Hassan Hassan, declarou que é vital entender que algumas das crenças religiosas centrais do grupo foram amplamente difundidas. “Apresenta-se como um movimento apocalíptico, falando sobre o fim dos dias, o retorno do califado e sua eventual dominação do mundo”, explicou Hassan, que vive em Abu Dhabi. “Essas crenças são absolutamente dominantes. Elas são pregadas por mesquitas em todo o mundo, especialmente no Oriente Médio”, disse. A pesquisa de Hassan junto com o co-autor Michael Weiss – um jornalista baseado nos Estados Unidos – deu a eles uma visão rara sobre o treinamento de novos recrutas do EI, que varia de duas semanas a um ano. “Os recrutas recebem formação militar, política e religiosa. Eles também são treinados em contra-inteligência para evitar infiltrações”, disse Hassan. Os autores descrevem seis categorias de recrutas do EI. Apenas duas estão enraizadas na religião: elas incluem os ultrarradicais que dominam os escalões superiores do grupo e as pessoas que aderiram recentemente à sua ideologia extremista. Outros recrutas são apenas oportunistas que buscam dinheiro ou poder; pragmáticos que querem estabilidade e encaram o EI como a sua única chance; e os combatentes estrangeiros cujos motivos variam muito, mas “são quase sempre alimentados por equívocos graves sobre o que está ocorrendo no Iraque e na Síria”. Os autores também ressaltam que o EI não é novo, mas surgiu das cinzas da Al-Qaeda no Iraque (AQI), um dos inimigos mais brutais dos norte-americanos após a invasão de 2003. A AQI foi amplamente derrotada depois que os EUA convenceram tribos locais a se erguer contra ela – uma estratégia conhecida como “The Awakening” (O despertar), que influenciou profundamente as ações do EI. “Desde o início, eles estão obcecados com o ‘Awakening'’, disse Hassan. “Eles fizeram de tudo para impedir que isso acontecesse novamente: construíram células adormecidas, compraram lealdade, dividiram comunidades”, explicou. “Eles conseguiram fazer com que uma resistência interna seja praticamente impossível. Nenhuma tribo vai combatê-los, porque acabará lutando contra seus próprios irmãos e primos”, acrescentou. “Eles combinam religião, geopolítica, economia e muito mais na sua ideologia. Não é uma ideologia frágil – eles têm apelo de massa”, completou.
Neonazistas Treze neonazistas foram presos neste sábado em frente a um centro de refugiados em Dortmund (oeste), na Alemanha. Dezenas deles faziam um ato que, de acordo com o líder dos Verdes alemães, expõe o renascimento do racismo e da islamofobia no país. Eles carregavam tochas e gritavam declarações racistas.
Indiciados Seis pessoas foram indiciadas nos EUA por tentativa de facilitar o envio de dinheiro e equipamentos militares a grupos jihadistas extremistas no Iraque e na Síria, incluindo o Estado Islâmico (EI). Os seis, todos originários da Bósnia, são acusados de apoiar o terrorismo.